
NESTE DOMINGO (22/6), o mundo passou o dia inteiro falando sobre a necessidade de parar com a guerra entre Irã, Israel e EUA. Falou-se até mesmo sobre o receio de estarmos à beira de uma terceira guerra mundial. Parece que estamos vivenciando o cumprimento de Apocalipse capítulo 6 em diante.
O grupo extremista Hezbollah condenou os ataques dos EUA feitos contra o Irã. Ao condenar o ataque americano às instalações nucleares do Irã em um comunicado publicado, neste domingo (22), o grupo chamou-o de “agressão americana traiçoeira e bárbara”. Aliado regional mais poderoso do Irã, o Hezbollah evitou ameaçar qualquer resposta militar própria, mas afirmou que Teerã tinha “todo o direito de responder” ao ataque.
A cidade de Nova York aumentou a presença policial em locais religiosos, culturais e diplomáticos após os bombardeios dos EUA no Irã, segundo o New York Times. A decisão foi tomada após uma reunião virtual no domingo entre o prefeito Eric Adams, líderes do Departamento de Polícia e os representantes internacionais da agência. Ele disse que a presença policial foi aumentada “por excesso de cautela”.
Para atacar o programa nuclear do Irã, os Estados Unidos usaram pela primeira vez uma potente bomba antibunker, a única capaz de destruir instalações a grandes profundidades. Trata-se da GBU-57, uma ogiva de 13 toneladas capaz de penetrar dezenas de metros abaixo da superfície antes de explodir.
Neste domingo (22), Israel disse que o mundo inteiro deveria agradecer os Estados Unidos.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, agradeceu os EUA pelo ataque ao Irã. “O mundo inteiro deveria dizer: obrigado, Estados Unidos, por remover a maior ameaça à segurança global. Obrigado, presidente Trump, por agir, quando todos evitaram fazer isso”.
O presidente americano Donald Trump ironizou o Irã e propôs mudança de regime: “Atual regime não consegue tornar o Irã grande”. Trump afirmou no Truth Social que o Irã deveria mudar de regime para ser “grande novamente” — em referência ao seu lema de “Make America Great Again” (Torne a América Grande Novamente, em tradução livre). “Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o atual regime iraniano não consegue tornar o Irã grande novamente, por que não haveria uma mudança de regime?”.
Enquanto isso, manifestantes norte-americanos pedem para que os Estados Unidos não se envolvam no conflito entre Irã e Israel.

O Irã diz que os EUA fizeram ataque sujo em apoio à Israel. Amir-Saeid Iravani, embaixador do Irã na ONU, afirmou que os Estados Unidos foram arrastados para uma outra guerra pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. “Hoje, uma nova mancha foi acrescentada à história dos Estados Unidos, fazendo um ataque sujo nas primeiras horas desse dia. Neste dia, fez um trabalho sórdido em apoio a Israel. O criminoso [Benjamin] Netanyahu sequestrou a política e arrastou os Estados Unidos para uma outra guerra”.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pediu diplomacia para amenizar o conflito entre Israel, Irã e EUA. Modi publicou em suas redes sociais que conversou com o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, e apelou por diálogo para que o conflito seja terminado. “Discutimos detalhadamente a situação atual. Expressamos profunda preocupação com as recentes escaladas. Reiteramos nosso apelo por uma redução imediata da tensão, diálogo e diplomacia como o caminho a seguir e para o rápido restabelecimento da paz, segurança e estabilidade regionais”.
Os EUA disseram que qualquer ataque iraniano contra bases norte-americanas serão enfrentadas com devastação. E é isso que o mundo teme.
Dorothy Shea, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, foi firme ao falar de um possível revide do Irã aos ataques feitos pelo país norte-americano ontem. “Como Trump disse, qualquer ataque iraniano contra americanos ou bases americanas serão enfrentados com ataques devastadores”.
A Rússia, por sua vez, disse que estamos entrando na área de risco nuclear, e que é isso que Washington parece querer.
Nebenzya criticou os riscos que o ataque dos Estados Unidos ao Irã pode trazer. “Estamos entrando na área de risco nuclear, é isso que Washington parece querer. O Irã, que assinou o acordo de não proliferação nuclear, tem o direito de ter um regime nuclear de paz”.
O governo russo afirmou que os EUA não estão preocupados com vida de civis, crianças e radioatividade.
Vasily Nebenzya, embaixador da Rússia na ONU, relembrou os alertas que Rafael Grossi, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, fez sobre o que os ataques às instalações nucleares do Irã podem acarretar. “Washington não está preocupada com isso, nem com a radioatividade, nem com as vidas de crianças e civis. Washington se vê como juiz supremo: pronto para fazer justiça. Ninguém deu autoridade para os Estados Unidos agir desse jeito”, disse.
Neste domingo, a cor da bandeira dos Estados Unidos foi projetada na prefeitura de Tel Aviv, em Israel, após o país norte-americano atacar o Irã.
E a China, por sua vez, condenou ataques dos EUA contra Irã e apelou por diplomacia, dizendo que “é preciso diálogo”. O embaixador da China na ONU, Fu Cong, condenou os ataques dos Estados Unidos contra o Irã e afirmou que a paz no Oriente Médio não pode ser atingida pelo “uso da força”. “Nada pode ficar acima do bem-estar das pessoas. Precisamos fazer tudo para evitar o sofrimento de civis. Queremos o compromisso pelo diálogo e pela negociação. A paz no Oriente Médio não pode ser atingida pelo uso da força, é preciso diálogo, negociação”, afirmou ele.
França e Reino Unido pediram que Irã volte à mesa de negociação. A embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, afirmou que Trump tomou a “iniciativa para aliviar a ameaça” que o programa nuclear iraniano significa para o mundo. Mas só uma ação militar não pode ser a solução. “Pedimos que o Irã retorne para a mesa de negociação e que encontre uma solução diplomática”, disse.
Jérôme Bonnafont, embaixador da França na ONU, defendeu que esse é o momento de desescalada militar. “Apelamos para que os iranianos optem pela diplomacia e evitem mais retaliações”, disse. Mas ele deixou claro que a posição da França não mudou: “Não podemos deixar que o Irã tenha armas nucleares”.
Mas o Chefe da ONU faz crítica velada a Donald Trump. O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, usou a reunião de emergência do Conselho de Segurança para criticar a postura internacional de Trump, ainda que não tenha citado seu nome. “Há dois dias, fiz um apelo: de uma chance para a paz. O apelo não foi ouvido. No lugar, vimos uma guinada perigosa”, disse. Segundo ele, o povo da região “não aguenta mais”. Sua preocupação se refere ao ciclo de retaliações e pediu que a diplomacia volte a ter um papel.
Guterres também apelou para que o Irã não feche locais críticos para a livre circulação de navios. Para o secretário-geral, apenas uma negociação sobre o acordo nuclear iraniano, com inspeções completas, pode ser a solução. Num recado para os EUA, ele alertou: “A paz não pode ser imposta”. No sábado, Trump disse que havia apenas duas opções para os iranianos. “Paz ou mais tragédia”, disse. Guterres insiste que o mundo vive uma encruzilhada: “temos um caminho de guerra e outro de diálogo. Sabemos qual é o caminho certo. Não podemos desistir da paz”, completou.
Rafael Mariano Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), confirmou que “crateras” foram identificadas na instalação nuclear de Fordow, além de abalos em Natanz e Esfahan, depois dos ataques americanos. Mas ele alertou que “ninguém” pode dizer o que é eventualmente a destruição nos subterrâneos dessas estruturas. Mas, segundo ele, iranianos indicaram que não houve emissão de radiação.
A ONU divulgou que 433 iranianos e 25 israelenses foram mortos no conflito. Miroslav Jenča, secretário-geral assistente, anunciou durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU que, em dez dias, 433 pessoas morreram no Irã e outros 3 mil foram feridos pelos ataques de Israel e EUA. As vítimas são, em sua maioria, civis. Do lado israelense, a ONU soma 25 mortos e 1,3 mil feridos.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) diz que acordo de não proliferação nuclear que garantiu segurança mundial está em jogo. O chefe da AIEA, Rafael Grossi, fez um alerta sobre o acordo de não proliferação nuclear. “O regime de não proliferação [Nuclear], que garantiu a segurança internacional por mais de meio século, está em jogo. Os dramáticos eventos no Irã se tornaram mais sérios, com o bombardeio na última noite e potencial alargamento do conflito”.
Enquanto isso, embaixador de Israel na ONU ameaça revidar se Irã fizer mais ataques. O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que o exército israelense não hesitará em proteger o próprio povo e garantir o futuro do país. Se outros ataques contra nossos civis forem ordenados, nós vamos agir. Nossos ataques vão continuar contra alvos militares e instalações nucleares”, falou ele antes da reunião do Conselho de Segurança, que discute o conflito.
O embaixador de Israel na ONU diesse que o mundo está mais seguro hoje. Danny Danon disse que o mundo deveria mostrar sua ”gratidão” aos EUA por ter destruído as armas nucleares iranianas que ameaçavam todas as capitais. ”Alguns países estavam silenciosos, foram cúmplices, estavam com medo. Na noite passada, os EUA agiram com grande bravura e moral”, afirmou. A declaração foi dada antes da reunião do Conselho de Segurança para discutir sobre o conflito.
Nesta segunda-feira (23) mais de mil passageiros devem deixar Israel em voos especiais. A ministra dos Transportes, Miri Regev, disse à imprensa israelense que mais de mil passageiros devem embarcar em voos especiais partindo do Aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, com limite de 50 pessoas. Aumento de operações está sendo avaliado.
Alguns lideres mundiais estão perguntando: existe risco de entrarmos na Terceira Guerra Mundial?
O fim não está próximo. Especialistas afirmam que o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares do Irã não deve deflagrar a Terceira Guerra mundial.
O Irã diz que feridos em ataques dos EUA não apresentam sinal de contaminação. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã informou que não há sinais de vazamento de radiação, e nem consequências para a saúde dos feridos durante ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, compareceu a protesto contra ataques dos EUA. Pezeshkian participou de um protesto nas ruas de Teerã neste domingo (22), denunciando os ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas.
No Brasil, o Itamaraty condenou ataque dos EUA ao Irã e pediu solução diplomática urgente. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou, neste domingo (22) uma nota com condenação ao ataque dos Estados Unidos ao Irã. “O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares”, diz o texto.
China e Rússia apresentaram na ONU proposta de cessar-fogo no Irã. Os governos da Rússia, China e Paquistão se uniram para circular neste domingo um projeto de resolução na ONU propondo um cessar-fogo “imediato e incondicional” diante do conflito entre Israel e Irã. O Conselho de Segurança da ONU vai se reune em caráter extraordinário. E o Parlamento do Irã vota para fechar via por onde passa 20% do petróleo mundial.
Estreito de Ormuz é o corredor marítimo mais importante do mundo para o transporte de petróleo. Estima-se que cerca de 20 milhões de barris de petróleo bruto e condensado e combustíveis sejam transportados por ali diariamente. A decisão ainda precisa ser avaliada pelo Conselho de Segurança do Líder Supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.
Enquanto isso, Israel diz ter atacado cidade de reator nuclear no Irã. As Forças de Defesa de Israel publicaram nas redes sociais que atacaram equipamentos militares na cidade de Bushehr, no Irã, onde fica uma usina nuclear. Mais cedo, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) alertou que um eventual ataque poderia liberar material radioativo por centenas de quilômetros.
A Agência Internacional de Energia Atômica convocou uma reunião de emergência para esta segunda-feira (23). Em meio a escalada na tensão no Irã com os bombardeios dos EUA, o órgão alertou que um eventual ataque ao reator de Bushehr, cidade portuária ao sul de Teerã, poderia causar uma “catástrofe nuclear”.
No dia seguinte aos ataques contra o Irã, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e a maior autoridade militar dos EUA, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, detalharam a operação, batizada de “Midnight Hammer” (“Martelo da Meia-Noite”, em português). Segundo Hegseth, “qualquer retaliação do Irã será recebida com força muito maior”.
Por sua vez, o Papa também se pronunciou após ataques dos EUA ao Irã. Após ataques dos EUA ao Irã neste sábado, o papa Leão 14 pediu por paz e afirmou que a guerra apenas amplifica os problemas, criando ”feridas profundas” sem soluções duradouras.
E o chanceler do Irã anuncia reunião com Putin e diz: ‘Diplomacia não é opção. Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, descartou saída diplomática após EUA entrarem na guerra de Israel e bombardearem instalações nucleares no país persa. Araghchi disse que viaja ainda hoje para Moscou, onde terá “conversas sérias” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.